Conheça alguns fatores que podem estar minando o seu esforço para perder peso
Thaís Manarini, especial para o iG São Paulo
Foto: Getty Images
Na balança: medicamentos e questões hormonais podem jogar contra a dieta e os exercícios
Apostar na dobradinha alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos é a principal recomendação para quem deseja emagrecer. Mas, ainda que se esforcem para cumprir esta orientação, algumas pessoas só vêem o peso aumentar.
Apesar de parecer conversa fiada, o fato é que existem, sim, situações capazes de nos fazer engordar – como alterações hormonais, por exemplo. Em outros casos, são comportamentos considerados inofensivos que colocam tudo a perder.
Estresse
Esse estado emocional favorece a produção do hormônio cortisol. “Ele é muito importante, pois atua em resposta a situações de perigo”, observa Mônica Dalmacio, mestre em Nutrição pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) e co-autora do livro “Alimentos e sua ação terapêutica” (Editora Atheneu). O problema é que, em excesso, o cortisol leva ao aumento dos depósitos de gordura, além de reduzir as reservas de massa muscular.
Sono de menos
Quem acha que dormir é desperdício de tempo tem mais dificuldade para mandar os quilos extras embora. Evidências científicas mostram que noites mal dormidas inibem a produção de leptina (hormônio da saciedade) e beneficiam a liberação de grelina (hormônio da fome). Traduzindo: o apetite aumenta e a sensação de satisfação demora a aparecer.
Problema na tireóide
O hipotireoidismo é um distúrbio que afeta a tireóide (uma pequena glândula localizada no pescoço), reduzindo a produção dos hormônios T3 e T4. Quando há déficit dessas duas substâncias no organismo, o metabolismo se torna bem lento.
“Você pode se alimentar como sempre, mas o corpo já não gasta da mesma forma”, observa Ruth Clapauch, vice-presidente do departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Por isso, pessoas que desenvolvem hipotireoidismo podem ganhar quilos mesmo comendo pouco e fazendo exercícios. O quadro ainda é composto por outros sintomas importantes, como pele seca, cabelo quebradiço, sonolência, intestino preguiçoso e cansaço, entre outros. A depressão pós-parto pode ser confundida com problema na tireoide, por isso é importante ficar atenta a ela.
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Síndrome do ovário policístico
De acordo com a médica da SBEM, as mulheres que têm essa doença costumam produzir dois hormônios em excesso: a insulina e a testosterona. “Ambos causam ganho de peso”, diz. Enquanto o primeiro aumenta o apetite e a vontade de comer doces, o segundo favorece o acúmulo de gorduras no abdome.
Além dos quilos extras, outras mudanças acompanham a síndrome, tais como irregularidade na menstruação e presença de pelos e acne na pele. Se não for tratada, pode comprometer a fertilidade feminina. A doença, no entanto, pode ser contornada sem a necessidade de medicamentos, já que o exercício é tratamento de ponta para síndrome do ovário policístico. Álcool demais
Sabe o tão aguardado happy hour? Pois é, ele pode ser o responsável por tornar todo o sacrifício da dieta inútil. “Bebidas alcoólicas são cheias de calorias e normalmente aparecem acompanhadas de petiscos. São inimigos invisíveis”, observa Mônica.
Para quem quiser relaxar sem arriscar a cintura uma boa é optar pelo vinho. “É uma bebida antioxidante que traz benefícios ao organismo, como o aumento do colesterol bom e a redução do ruim. Por isso, um cálice por dia está liberado, desde que o indivíduo não tenha restrições”, diz Vanessa.
Descontrole emocional
O estado psicológico influencia (e muito!) no processo de emagrecimento. De acordo com a nutricionista Vanessa Franzen Leite, de Porto Alegre, muitas pessoas usam os alimentos para compensar sentimentos como ansiedade, alegria, tristeza, carência, angústia e por aí vai. Assim, a dieta desanda.
Um comportamento que facilmente pode gerar frustração e, como conseqüência, ganho de peso, é estabelecer metas muito ambiciosas, como “vou emagrecer 3 kg em uma semana”.
“Alimentação saudável e exercícios devem ser sinônimos de alegria e relaxamento e não de mais um compromisso”, frisa Mônica, mestre em nutrição.
Excessos no fim de semana
Já parou para pensar se o cuidado com a alimentação se mantém de sexta à noite até domingo? Afinal, não adianta montar pratos equilibrados e fazer exercícios durante a semana para depois passar quase três dias à base de cerveja, fritura e doces.
Uso de remédios
Substâncias presentes na fórmula de alguns tipos de medicamentos podem propiciar o ganho de peso. A cortisona, encontrada na maioria dos remédios que tratam alergias e bronquite, e os hormônios usados em determinadas pílulas e injeções anticoncepcionais são bons exemplos.
Segundo Ruth Clapauch, da SBEM, quem notar diferença na balança após dar início a um tratamento deve conversar com o médico para checar a possibilidade de trocar o medicamento indicado ou, dependendo do caso, reduzir as taxas hormonais.
Texto redirado:
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